Existem muitos lugares na Turquia que são perfeitos para visitar com a sua cara-metade, e um desses locais é a Capadócia e o seu Vale do Amor, aninhado no próprio coração da região. Neste artigo, vamos explorar por que o vale tem esse nome, como chegar até lá e partilhar algumas lendas intrigantes.
Informação Geral
Assim, a Capadócia, Vale do Amor (Capadócia Love Valley), ou, como turistas e locais costumam dizer com humor, o Vale dos Fálos ou Penes. De facto, o nome já diz tudo, pois as enormes formações rochosas assemelham-se fortemente ao órgão reprodutor masculino – algumas inclusive com detalhes anatómicos.
Em alguns guias de viagem, o vale é chamado Baglidere
Os pilares de pedra, que alcançam alturas de até 40 metros, apresentam uma distinta tampa cónica no topo – resultado da erosão e intemperismo na base. Esta formação ocorre porque a parte superior do pilar é constituída por uma rocha mais densa que resiste à destruição.
Ainda assim, nada é eterno – gradualmente, estes gigantes desmoronam, correndo o risco de se desvanecerem no esquecimento.
Visitar a Capadócia para descobrir a história por trás da formação do vale vale muito a pena, e as oportunidades fotográficas aqui são excelentes. A única desvantagem é o acesso de transporte algo desafiante – mais sobre isso adiante.
A história é bastante simples e despretensiosa. Há muito tempo, nesta região – como em toda a Capadócia – inúmeros vulcões estavam ativos, dando origem à rocha vulcânica. Com o tempo, as porções mais densas começaram a emergir enquanto as partes mais suaves foram gradualmente erodidas pelas vastas planícies turcas. Se observar a formação dos pilares em modo acelerado, quase se pode ver um gigantesco pilar fálico a emergir da terra (conhecido localmente como “peribadzhalar” – “fada de pedra”). Estas estruturas são compostas de tufo, com as suas secções superiores formadas em basalto e andesito, que funcionam como uma tampa protetora contra a erosão.
Uma segunda lenda – ou melhor, versão – da formação do vale envolve a influência da água. De acordo com o folclore local, existia uma massa de água onde hoje se situa o Vale do Amor. O que se projetava da água permaneceu como tampas cónicas, e quando a água eventualmente recuou, foi isso que ficou para trás.
Existe também uma teoria extraterrestre, que sugere que uma inteligência alienígena pregou uma partida aos locais, deixando-lhes estes peculiares pilares.
Naturalmente, pode esperar ouvir o mito de que os pilares de pedra são fossilizados… hum… mas não, esse mito não circula entre os locais – exceto, talvez, em tom de brincadeira.
Onde se Encontra o Vale do Amor?
O Vale do Amor estende-se por 4 quilómetros entre as localidades de Göreme – ou, mais precisamente, Çavuşin e Uçhisar. Contudo, afirmar que o acesso por transporte aqui é excelente seria um exagero. Existe um estreito caminho de terra que pode acomodar um micro-ônibus, mas nada mais.

Mapa do vale
Apesar dos desafios de transporte, a área atrai muitos turistas. Curiosamente, há até um café criado por um morador engenhoso que, certa vez, reconheceu o potencial do vale.
A maioria dos visitantes chega ao vale a pé, pois o encanto dos vales turcos reside nas suas trilhas e nas vistas deslumbrantes da paisagem. Para além desta atração principal, pode até deparar-se com outras – por exemplo, o Vale Branco, que faz fronteira com o Vale do Amor.
Como Chegar ao Vale do Amor?
Existem duas maneiras de chegar a esta atração se pretende explorar a pé.
A primeira opção: A partir de Göreme, dirija-se para a cidade de Avanos e, antes de chegar à aldeia de Çavuşin, vire à esquerda (note que a curva ocorre bem antes da aldeia, por isso não a utilize como referência). Em seguida, vire à esquerda novamente para um caminho de terra e siga em linha reta.
A segunda opção: A partir de Uçhisar, pode caminhar até ao vale. A trilha de caminhada tem início na joalharia Ozler Onyx.
O mapa abaixo mostra o ponto de partida da rota de caminhada a partir de Uçhisar (ponto vermelho), enquanto os marcadores amarelos indicam a primeira rota a partir de Göreme.
Vale do Amor – 2
Se o primeiro vale é relativamente simples – com grupos de turistas a oferecerem visitas guiadas e excursões – o segundo não é tão autoexplicativo. Este local normalmente não é promovido aos turistas, pois é menor e menos dramático, embora as suas características não sejam muito diferentes do primeiro. Inicialmente, chegou a haver a ideia de o chamar de “versão de teste”, mas essa ideia foi rapidamente descartada, pois o termo “teste” parece um pouco exagerado. Trata-se, na verdade, de um vale completo em formato reduzido.
O Vale do Amor – 2 (LoveValley – 2) apresenta os mesmos pilares de pedra fálicos com topos cónicos. Além disso, há vários recintos para cavalos e galinhas, um café, uma loja de souvenirs e jardins locais.
Nas rochas, pode encontrar salas esculpidas; no topo, são visíveis pequenas janelas e, em alguns dos pilares desmoronados, podem discernir-se os contornos e detalhes interiores destes espaços.
A descrição do segundo Vale do Amor é praticamente idêntica à do primeiro – é essencialmente o mesmo local, só que menor (500 metros comparados a 4 km).
As fotografias aqui são tão intrigantes – e por vezes um pouco atrevidas – como no primeiro vale. Contudo, recomenda-se visitar ambos, especialmente porque, em termos de acesso, o segundo local é mais atrativo. Não é por acaso que a caminhada aqui é considerada uma das mais simples e acessíveis.
Os arredores contam com muitas plantações que parecem abandonadas; poderá até sentir a tentação de provar algo diretamente do mato – por exemplo, uvas – mas faça-o com moderação.
Então, como chegar aqui? Para a conveniência dos visitantes, existe uma placa de concreto especial na entrada; para além disso, há poucos marcadores ao longo do perímetro, o que é compreensível dado o espaço limitado.
A primeira opção: Dirija-se para a aldeia de Çavuşin e, numa interseção, vire em direção ao museu a céu aberto. Depois, após 100 metros, vire à direita em direção ao Dilek Camping; depois, após mais 500 metros, vire novamente à direita em direção ao Vale Zemi (procure pela placa “Zemi Vadisi”). Após cerca de 400 metros, surgirá um caminho de terra que o levará ao Vale do Amor – 2.
A segunda opção: A partir da mesquita, suba até a um miradouro atrás do qual o vale se descortina – sendo essencial, depois, descer novamente.
Igrejas do Vale
O que mais há para ver no segundo vale, para além das formações rochosas? As igrejas esculpidas na rocha. Estas situam-se ao longo do percurso para o vale, caso opte pela primeira opção.
- El Nazar.
- A Igreja Escondida.
A Igreja El Nazar situa-se a apenas cinco minutos a pé à esquerda da estrada que leva ao Vale Zemi. Existe uma taxa de entrada – atualmente 10 TL – e um guarda controla o acesso. Embora o guarda nem sempre esteja de serviço, ele aparecerá eventualmente se esperar. No interior, os antigos afrescos, que proporcionam excelentes recordações fotográficas, são particularmente notáveis. Para quem aprecia antiguidades, este local tranquilo (com poucos turistas) é um verdadeiro deleite.
A Igreja Escondida deve o seu nome ao facto de ser verdadeiramente difícil de encontrar. É melhor pedir ao guarda do El Nazar que o conduza até lá, especialmente porque é ele quem autoriza a entrada (a porta está trancada com um cadeado). As fotografias da Igreja Escondida podem não ser tão impressionantes quanto as do El Nazar, pois a arte não foi tão bem preservada.
Em geral, se não é fã de longas caminhadas, pode ver tudo o que foi mencionado acima de uma só vez, reservando uma excursão – um passeio de balão de ar quente. Sim, não é barato, mas pode vivenciar duas ou até três experiências simultaneamente: desfrutar do céu azul sem fim e apreciar a topografia dramática da Capadócia.